sábado, 10 de fevereiro de 2018

O Conto Da Aia - Margaret Atwood

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Já li muitas distopias na minha vida, mas nenhuma foi tão impactante como O Conto da Aia de Margaret Atwood


Após uma catástrofe nuclear, o mundo se tornou um lugar perigoso onde a maioria das pessoas se tornaram estéreis. Vendo tudo se desfazer o governo decidiu que o ideal para restabelecer o equilíbrio seria tornar os EUA em Gilead, um país teocrático - ou seja, as ações políticas eram submetidas às normas da religião. Todo conteúdo informativo foi queimado e destruído, para alienar pessoas.


Assim, foi tirado todo e qualquer tipo de poder das mulheres. Elas foram demitidas, suas contas bancárias bloqueadas, foram perdendo a voz para nova organização social do atual país. As Aias eram mulheres férteis onde seu único trabalho era procriar


Com uma sociedade teocrática vários costumes foram retirados, como ler -mulheres não podiam ler, todas as palavras eram substituídas por símbolos nas ruas- e fazer sexo -o ato sexual era um ritual apenas para reprodução.

As posições sociais de Gilead era indicada pela cor da vestimenta:

Mulheres dos comandantes: Muitas vezes inférteis, vestem o azul.

Marthas: Mulheres inférteis que tomam conta das casas dos comandantes, vestem verde

Tias: Responsáveis pelos ensinamentos das Aias, usam o marrom.

Aias: Usavam o vermelho.


O livro conta a história de Offred, uma Aia que se mantem no pensamento de encontrar seu marido e sua filha para não perder a sanidade. Presa em sua própria mente, ela descobre coisas nessa sociedade que poderiam colocar seu pescoço em risco.

Completamente anulada, vemos como os sentimentos são tirados dessas mulheres, as coisas pelas quais elas precisam passar para gerar um filho e logo após ir para outra casa, gerar outro filho para outro comandante e sua esposa antes que o tempo acabe e ela seja novamente transferida.


O governo de Gilead dá a opção de quem não quiser fazer parte do regime, ir embora, para a zona de contaminação, onde provavelmente a pessoa morrerá intoxicada com elementos nucleares. 

O Conto da Aia me trouxe uma nova perspectiva da vida, uma realidade que eu não quero que aconteça. Nos chama a atenção para valorizarmos nossos direitos e conquistá-los antes que nos calem, antes que todas as vozes se calem e tudo não passe de uma lembrança de um sussurro.


Recomendo a leitura, que apesar de um pouco lenta, é extremamente essencial. É sempre importante abrir nossa mente para todas as possibilidades e nunca deixar que anulem quem somos. Mesmo focando muito em como as mulheres perderam voz e poder, é impossível ser qualquer tipo de pessoa nesse país, pois todos são sujeitos à regras e todos são observados.

Espero que possam ler!

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